Todos os dias eu ouço todos os tipos de indagações das minhas alunas. São mulheres adultas, na faixa etária de 25 a 40 anos, muitas casadas, todas trabalham. Chegam a noite, já um pouco cansadas do dia que tiveram de enfrentar, mas vieram para mais uma aula de Ballet.
- "Por que Ballet é tão difícil?", "não tenho força", "minha perna não estica","estou gorda", "sou baixinha", "tenho pé chato"...
Por mais que eu acredite na dança e no ballet como uma forma de arte, divertida, anatomica e reestruturante tem alguns outros aspectos que tenho que explicar. Bom, pelo menos eu posso dar algumas dicas a esse respeito.
Primeiramente tenho que dizer que por baixo dos esvoaçantes e leves tutus os músuclos estão acionados, trabalhando com muita força (muita mesmo!), mas a gente acaba não vendo. FORÇA = ESFORÇO, e inclúi muito suor.
- "Por que Ballet é tão difícil?", "não tenho força", "minha perna não estica","estou gorda", "sou baixinha", "tenho pé chato"...
Por mais que eu acredite na dança e no ballet como uma forma de arte, divertida, anatomica e reestruturante tem alguns outros aspectos que tenho que explicar. Bom, pelo menos eu posso dar algumas dicas a esse respeito.
Primeiramente tenho que dizer que por baixo dos esvoaçantes e leves tutus os músuclos estão acionados, trabalhando com muita força (muita mesmo!), mas a gente acaba não vendo. FORÇA = ESFORÇO, e inclúi muito suor.
Ou seja, aquele velho chavão: "no pain, no gain". Sem esforço eu não construo nada.
Também noto que há uma diferença entre compreender as informações corporais que são pedidas e entender uma ordem verbal (outro chavão "mente versus corpo").
Todos os gestos de dança (desde o "simples" en-dehors) devem ser produzidos internamentes e não copiados por sua forma. É muito importante sentir, sentir o corpo, sentir a parte que está sendo requisitada bem antes de iniciar qualquer movimento, base inicial.
Usando o velho remédio chamado TEMPO tudo acontece! É uma equação infalível.
Tem que saber esperar, segurar a ansiedade e continuar praticando sem desanimar. Sempre focando mais no momento atual, no trabalho propriamente dito, em cada dia, cada aula, cada pequeno exercício. E tentar abandonar um pouco aqueles modelos "prontos", de bailarina do mundo dos sonhos.
Se o aluno parte do princípio "quero ser igual a bailarina x", coitadinho (a)... tem uma grande chance de se frustrar a curto prazo.
É preciso ter pé no chão e trabalhar com aquilo que é concreto, e real. Lógico que aquele sonho que te impulsiona nunca deve ser abandonado... Mas é recomendável se olhar no espelho e com humildade se ver e se aceitar em primeiro lugar, com todas as suas qualidade e defeitos.
Pode se pergutar: Como sou hoje? Quantas vezes por semana posso dedicar ao trabalho corporal? Quais minhas maiores dificuldades? E minhas facilidades? Que coisas posso fazer para melhorar? Faço algo efetivamente para que melhorem? Por que faço isso mesmo?
O bom processo de aprendizado, aquele profundo e consciente, que te faz entender e pensar corporalmente é sempre LENTO. Claro que um bom professor é fundamental pra tudo isso. Duvide das promessas instantâneas, pode se tratar de propaganda enganosa... e aí que nascem as lesões, físicas e psíquicas.
Tudo que envolve o corpo é a longo prazo, caso contrário seria superficial e em poucas semanas perderíamos os resultados conquistados em anos.
Vamos a uma comparação simplificada, lembra da "bailarina cor-de-rosa dos sonhos"? Então, ela também, apesar de parecer tão perfeita, trabalhou, suou, se cansou, sofreu, repetiu, chorou, teve dores, por pelo menos 15 a 20 anos da sua vida para parecer assim como vemos hoje: absolutamente tão perfeita. Agora pense, por que alguns de nós se acham melhores que os outros? ou melhor, não querem respeitar o tempo e o corpo.
Quem dança, qualquer que seja a dança, tem ou teve que investir muito, tempo, dinheiro e estudo pra chegar onde está, nada vem de graça.
Algumas coisas no nosso mundo tem regras, e o corpo é uma delas. Não posso chegar e infringir algo novo de forma brusca. É um jogo sutíl de contrução calcado no tempo e na ação.
Com o tempo tudo acontece: a gente vai integrando a mente e o corpo, amaciando os músculos, vai se conhecendo mais, consegue memorizar mais passos, vai ficando mais ágil, forte e alongado, e finalmente tudo vai parecer mais "fácil".
Mas tem que ser constante para desenvolver essa "memória corporal", um mínimo de 2 aulas por semana eu penso. Pode sim demorar mais ou menos tempo para cada um se desenvolver – isso dependendo da pessoa, da sua constituição física, experiência, da sua capacidade de incorporar os comandos, mas só o processo individual é que vai dizer.
Sem fazer, sem experimentar, investigar, investir, sentir, ouvir, sem estudar muito e repetir de maneira inteligente, as transformações dificilmente acontecerão.
Afinal não é apenas uma nova linguagem de passos que estamos aprendendo, mas uma nova maneira de usar o nosso corpo, com apoios internos, alavancas, rotações, posturas e tensões que não estamos acostumados.
Transformar o corpo a longo de anos, mesmo que milimetricamente, é o que fazemos a cada aula, através da dança. E é um mergulho interno que poucos se propõem.
Resumindo em poucas palavras: ESFORÇO, FAZER e TEMPO.
Também noto que há uma diferença entre compreender as informações corporais que são pedidas e entender uma ordem verbal (outro chavão "mente versus corpo").
Todos os gestos de dança (desde o "simples" en-dehors) devem ser produzidos internamentes e não copiados por sua forma. É muito importante sentir, sentir o corpo, sentir a parte que está sendo requisitada bem antes de iniciar qualquer movimento, base inicial.
Usando o velho remédio chamado TEMPO tudo acontece! É uma equação infalível.
Tem que saber esperar, segurar a ansiedade e continuar praticando sem desanimar. Sempre focando mais no momento atual, no trabalho propriamente dito, em cada dia, cada aula, cada pequeno exercício. E tentar abandonar um pouco aqueles modelos "prontos", de bailarina do mundo dos sonhos.
Se o aluno parte do princípio "quero ser igual a bailarina x", coitadinho (a)... tem uma grande chance de se frustrar a curto prazo.
É preciso ter pé no chão e trabalhar com aquilo que é concreto, e real. Lógico que aquele sonho que te impulsiona nunca deve ser abandonado... Mas é recomendável se olhar no espelho e com humildade se ver e se aceitar em primeiro lugar, com todas as suas qualidade e defeitos.
Pode se pergutar: Como sou hoje? Quantas vezes por semana posso dedicar ao trabalho corporal? Quais minhas maiores dificuldades? E minhas facilidades? Que coisas posso fazer para melhorar? Faço algo efetivamente para que melhorem? Por que faço isso mesmo?
O bom processo de aprendizado, aquele profundo e consciente, que te faz entender e pensar corporalmente é sempre LENTO. Claro que um bom professor é fundamental pra tudo isso. Duvide das promessas instantâneas, pode se tratar de propaganda enganosa... e aí que nascem as lesões, físicas e psíquicas.
Tudo que envolve o corpo é a longo prazo, caso contrário seria superficial e em poucas semanas perderíamos os resultados conquistados em anos.
Vamos a uma comparação simplificada, lembra da "bailarina cor-de-rosa dos sonhos"? Então, ela também, apesar de parecer tão perfeita, trabalhou, suou, se cansou, sofreu, repetiu, chorou, teve dores, por pelo menos 15 a 20 anos da sua vida para parecer assim como vemos hoje: absolutamente tão perfeita. Agora pense, por que alguns de nós se acham melhores que os outros? ou melhor, não querem respeitar o tempo e o corpo.
Quem dança, qualquer que seja a dança, tem ou teve que investir muito, tempo, dinheiro e estudo pra chegar onde está, nada vem de graça.
Algumas coisas no nosso mundo tem regras, e o corpo é uma delas. Não posso chegar e infringir algo novo de forma brusca. É um jogo sutíl de contrução calcado no tempo e na ação.
Com o tempo tudo acontece: a gente vai integrando a mente e o corpo, amaciando os músculos, vai se conhecendo mais, consegue memorizar mais passos, vai ficando mais ágil, forte e alongado, e finalmente tudo vai parecer mais "fácil".
Mas tem que ser constante para desenvolver essa "memória corporal", um mínimo de 2 aulas por semana eu penso. Pode sim demorar mais ou menos tempo para cada um se desenvolver – isso dependendo da pessoa, da sua constituição física, experiência, da sua capacidade de incorporar os comandos, mas só o processo individual é que vai dizer.
Sem fazer, sem experimentar, investigar, investir, sentir, ouvir, sem estudar muito e repetir de maneira inteligente, as transformações dificilmente acontecerão.
Afinal não é apenas uma nova linguagem de passos que estamos aprendendo, mas uma nova maneira de usar o nosso corpo, com apoios internos, alavancas, rotações, posturas e tensões que não estamos acostumados.
Transformar o corpo a longo de anos, mesmo que milimetricamente, é o que fazemos a cada aula, através da dança. E é um mergulho interno que poucos se propõem.
Resumindo em poucas palavras: ESFORÇO, FAZER e TEMPO.
Por baixo da leveza: tem muita força! (na foto: Cecília Kerche)
Ana!
ResponderExcluirAdorei o blog... vou dar um pulinho aqui de tempos em tempos para ler algumas "dicas" a mais...
É sempre importante ir muito além das aulas... não?
Você é uma professora fantástica!!
Beijo, Le (vulgo Lets...).
Le querida!
ResponderExcluirQue bom ter vc por aqui!
Estudar nunca é demais ainda mais quando tem haver com a construção de um sonho de vida né?!
Amo o que escolhi então o trabalho fica delicioso, com humildade e dedicação.
Bjs!!!
Ana adorei esse post seu..realmente serviu muuito pra mim....achei mto boa essa ideia dos blogs!!!!
ResponderExcluirA foto da cecilia kerche ta demais de linda..AMEI!!
Beijos enormes.
Legal né Fe?! uma forma da gente trocar mais idéias, já que na aula o tempo nunca é suficiente pra tudo... rsrsrsrsrs
ResponderExcluirbeijo grande!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAi... as sapatilhas eu sei onde vende. Mas, e a paciência?
ResponderExcluirPreciso por demais disso :)
Bjos
Clara
É Clara, é isso mesmo! É fácil comprar uma sapatilha mas observe se é ballet mesmo que vc gosta, pode ser uma fase, você pode se identificar mais com outro tipo de dança... ballet é assim mesmo e tudo depende do resultado que vc deseja obter. Não há como "pular" a cosntrução de anos de prática/conhecimento corporal.Pense bem e boa sorte!
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