quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

O que é Linóleo?

Em dança, linóleo é o nome de um tipo de revestimento para piso impermeável levemente emborrachado. É encontrado em diversas gramaturas e cores, e dividido em tapetes, ou peças, com cerca de 1 metro de largura cada, colocadas lado a lado. Pode ser aplicado sobre o piso original de um ambiente, como num palco ou sala de aula. Sua versatilidade, está nessa colocação que pode ser definitiva ou não, como em um palco itinerante, pode ser levado e retirado após o espetáculo.

Onde estou pisando?

Para o praticante de dança, independente de ser profissional ou estudante, o tipo de piso nunca deve ser um problema, porém inflúi sim na prática de cada técnica.

Tradicionalmente as salas de aula/ensaios de balé tem piso de madeira assim como a maior parte dos palco dos teatros. É importante lembrar que o chão de madeira não pode ser encerado —, medida de segurança contra escorregões. A madeira é um material natural e nobre, que dá a medida exata do deslize necessário quando o pé passa pelo chão, para pontas exige um pouco de breu nas sapatilhas.

Já as salas revestidas com linóleo "seguram" um pouco o trabalho de meia ponta, onde o pé desliza menos devido ao atrito com o material, idem para dança contemporânea e contato-improvisação. Pelo mesmo motivo de "segurar" ele facilita durante as aulas de técnica em pontas, pois praticamente não exige o uso do breu.

Outro piso muito interessante para quem pratica dança é o piso flutuante. A olho nú parece madeira comum, porém foi desenvolvido para assegurar a isenção de impacto dos saltos dos bailarinos, contando com amortecedores intercalados entre bases de compensado de madeira.

Exemplos em imagens: linóleo branco colado com fita adevisa preta (abaixo) e sala com piso de madeira tradicional (mais embaixo).

domingo, 23 de janeiro de 2011

Em toda parte [3]

Esse é um aúncio publicitário veiculado em 2009 da Accademia do Teatro Escala (Itália) para divulgar a abertura das vagas de seleção para seu curso de dança.


O texto diz: "Your passion is a real adventure" (Sua paixão é uma aventura real)

A imagem e a frase dizem tudo. Nada mais apropriado.

Agência: Tita Milano. Diretor de Arte: Emanuele Basso. Fotógrafo: LSD

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

O que é Breu?

Um pó branco-amarelado que as bailarinas usam nas sapatilhas de ponta para não escorregarem enquanto dançam. Na verdade é uma resina, produzida a partir de uma espécie de goma extraída do pinheiro. Fora seu uso na dança ele está presente como ingrediente na calafetação, spray de cabelo, arco de violino, tintas e alimentos.

Seu uso contínuo vai deixando o cetim da sapatilha encardido, mas garante sua segurança de ação em movimento num chão muito liso ou de madeira. Breu espalhado pelo chão de uma sala de aula faz o chão ficar grudento, por isso algumas escolas proíbem o uso de breu nas salas de aula, antes de usar pergunte ao seu professor.



Como usar o breu: Coloque uma pequena porção no chão, no canto da sala, para não se espalhar pelo centro, um pouco de breu já é o suficiente para várias bailarinas usarem. Esmage as pedrinhas de breu com a ponta da sapatilha até virar pó. Pise no breu esfarelado justamente nas áreas que você necessita de aderência —, no calcanhar ou metatarso por exemplo. Repita com o outro pé e vá dançar.

Onde comprar: Em lojas especializadas de artigos de dança/ballet ou lojas de produtos químicos. Guarde em embalagem fechada, saco plástico ou pote.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Parabéns pra elas!

Acabei de saber que duas de minhas alunas, a Andréa Roese e a Alyne Lynczuk (fotos abaixo) passaram em todas as provas para cursarem o curso técnico de Dança da ETEC/SP. Conseguiram suas vagas e na classificação geral, após a prova prática, ficaram respectivamente em 7º e 8º lugar.


Detalhe: a Andréa faz balé a menos de 1 ano, começou adulta aos 25 anos (com essa carinha!) e a Alyne atravessou diversos percalços para poder fazer aulas e começou pra valer aos 20 anos. O caminho não foi fácil mas o talento tem que ser reconhecido.

Estou em êxtase, não tá cabendo tanto orgulho no coração. Meninas amo vocês!

Sim queridas, vocês brilham e muito!!!

Parabéns e obrigada,
profa. Ana


P.S.: Sorry pela qualidade das imagens, não tenho fotos de vcs, precisei roubar do orkut.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Sobre a dança ela disse.


"Dançar é sair de si mesmo.
Maior, mais lindo, mais poderoso.
Isso é poder, é a glória na terra, e está ao seu alcançe."

Agnes de Mille (1905-1993), bailarina e coreógrafa norte-americana.


Para ler sua biografia clique aqui, em inglês. Crédito da foto: Jack Mitchell.

Nesta foto: cena de 'Uma rosa para Senhorita Emily', coreografado por Agnes em 1970 e remontado pelo Richmond Ballet em 2007.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Espelho, pra que te quero?

Ministrando e fazendo aulas por todos esses anos cansei de ouvir das colegas e alunas que são gordas demais, magras demais, ou altas, baixas, feias, sem talento, tortas, insuficientes, inadequadas, para tudo, em amplo sentido. A tendencia que observo é das pessoas sempre penderem sua auto imagem para pensamentos negativos, com é fácil a maioria cair nisso.

Mas o contrário também acontece, tem sempre aquela colega ou aluna 'sem noção', que se acha a prima bailarina absoluta, uma estrela que ainda não foi descoberta pelo acaso, que sobe ao palco mesmo tendo faltado em mais da metade dos ensaios, que quer ficar na frente do palco mesmo fazendo aula 1 vez por semana, que pede para o professor para estar em diversas coreografias mas tem menos de 1 ano de técnica, que fica no camarim atrapalhando quem está se arrumando, que se exalta em dizer que está no oitavo ano (mas não sabe fazer uma dupla pirueta), que muda de nível sem consultar o professor antes... já estou me acostumando a essas situações, e passando a não me importar mais, de verdade. E eu, que sempre pensei que números não refletissem a qualidade oculta das coisas, inclusive da alma.

Irina Dvorovenko em 'A Dama das Camélias', por Gene Schiavone.


É incrível como temos um visão amplificada de nós mesmos, para melhor ou para pior. E eu me pergunto 'por quê?', se na sala sala onde fazemos aulas todos os dias, há pelo menos um imenso espelho do chão ao teto, em uma das paredes. Para que serve então senão como ferramenta de auto-análise? Fornece além de imagens e formas, alguma pista sobre o que há lá dentro? Acho que na maioria dos casos ele não é visto objetivamente ou não reflete nada. Talvez seja a maneira que cada um tem de fugir da realidade, esse não se encarar como é. Tente exercitar isso, se olhe no espelho e veja, o que ele reflete?

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eu gosto. [2]

Um espetáculo de dança contemporânea pode ser adaptado e virar um longa metragem? O coreógrafo e diretor artístico Édouard Locke responde sim, com a adaptação de 'Amelia' para o vídeo em 2002.

Vindos de Montreal no Canadá ele e sua cia., a La La La Human Steps, encarnam o máximo de atletismo-lírico, ás vezes um pouco robótico, para falar sobre as questões de gênero, relações de poder, mas principalmente sobre solidão e o vazio existencial dos dias de hoje. Para isso usa as formas do balé clássico (pontas e pas-de-deux), a repetição, a velocidade e um trabalho técnico altamente refinado.

Vertigem
Provocativo ao máximo 'Amelia', é filmado em gigantescos espaços construídos em madeira, que ecoam ao andar, ao respirar e nas pausas fortemente construídas, quase evoca o infinito. Destaque para a ação da câmera em cena —, quando aborda a repetição e o tempo, trazendo novidades para o olhar a cada movimento, a cada novo ponto de vista.



Se eu pudesse concentrar minha impressão em uma frase seria 'onde estamos?'. Assisti com o coração na mão seus 138 minutos de duração. Foi em 2005 num cineclube onde os espectadores deixavam ao poucos a platéia, no fim sobrou apenas eu e minha amiga. Para quem não gosta de dança ver apenas 6 minutos desse filme já bastam, mas, para quem gosta o assunto nunca se esgota. E eu não canso.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Caminhos para 2011.

Em 2010 pude sentir um aumento significativo no número de alunos adultos estudando balé clássico. Isso é bom por um lado mas eu não me interesso em quantidade e sim em formar gente feliz que dance com amor, saúde e arte. E dançar mais foi um pedido geral, não só no espetáculo de final de ano, da minha parte preciso fazer mais registros dos alunos em ação.

Para quem planeja começar agora seus estudos lembro que há um lado delicioso no balé, lindo e prazeroso, e também um lado mais duro. Quem vê a beleza das formas no palco, com música e figurinos não imagina o que está por trás... Suamos a beça para conseguir 1 milímetro de alongamento, cansa bastante, cada passo é repetido centenas de vezes, a tão sonhada ponta dói, é desafiador, e por isso tudo digo que não é só de amor que vive um bailarino/estudante de balé.


E um desabafo. Além disso tudo cada um tem que ser adulto o suficiente para saber que o desenvolvimento técnico apurado, linhas e expressividade demora anos para acontecer, que uniforme rosa não é sinal de saber dançar bem, que sapatilha de ponta não é brinquedo, que não dá pra entrar no palco fazendo aula/ensaio esporadicamente, que iniciante não pode subir na ponta e pronto, que cada aluno tem que respeitar seu corpo e seu nível técnico sem querer pular etapas. E o contrário disso é ser extremamente amador.

Minha mensagem é: sonhe sim, sempre! Mas mantenha os pés no chão ao mesmo tempo. Venha fazer aulas, mas não espere milagres em poucos meses, trabalho é trabalho, e a dedicação quanto mais intensa melhor. Com poucos meses de aulas há uma melhora visível no alongamento e postura do aluno, mas é com alguns anos seguidos de estudo é que a concretização de um sonho acontece. Se você quer trabalhar, suar e não tem medo de desafios este é o lugar certo: vá em frente!

As férias estão acabando e nos vemos nas aulas dia 10/janeiro. Até lá!

Foto: Dri Miyuki.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Mais belo que o belo.

Ballet Zaida é o nome do projeto de fotografia que o ex-bailarino Oliver Endahl desenvolve em São Francisco (EUA) desde 2010. Seu objetivo é levar o balé clássico para todos os lugares, fora o convencional palco e sala de aula.
O resultado é muito interessante e inspirador, corpos misturados à arquitetura, paisagens urbanas ou naturais. E ele bem sabe usar seu olhar sensível à beleza das formas do balé, dos pas de deux, das sapatilhas, das texturas dos figurinos frente ao concreto ou num meio tão contemporâneo como uma estação de metrô.
Para ver os 19 albuns já produzidos clique aqui. Pelo site é possível comprar fotos, doar dinheiro para o projeto, baixar fundo de tela para computador ou ainda ser modelo de algumas das belas imagens.

Crédito da foto: Oliver Endahl.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Plágio na rede: os autores e os blogs.

Me surpreendi lendo ontem algumas mensagens e textos sobre plágio na rede nos blogs de dança brasileiros. Sim, algumas são amigas minhas, outras eu nem conheço, nem sabia desses blogs, mas eu me recinto muito pois trabalho em uma editora e para quem não sabe minha primeira faculdade é de Produção Editorial, onde estudei muito a questão da legislação.

Pois é, coisa tão comum e fácil de fazer né?! CRTL+C e CRTL+V facilitam a vida de qualquer um. E pensando que na rede não há donos a responsabilidade pessoal de gerar conteúdo só aumenta. Por isso mesmo quem cria conteúdo, escreve em blog/site, deve estar atento para tomar alguns cuidados básicos. Vamos ter atitudes mais maduras pessoal? Mais respeito.

Só publique material seu, caso você não o tenha escrito vá atrás da fonte. O que é fonte? é a mesma coisa que procurar o autor ou dar o crédito de quem criou. Para tudo existe um autor, um nome, alguém, e esse alguém tem que ser citado e de onde o texto/foto saiu (livro, site, blog, trabalho de faculdade), aliás, textos de outrem sempre entre aspas. Falo do conteúdo (texto), mas fotografia (ou outras imagens) e design (forma que se dá ao conteúdo) também entram, afinal todo blogueiro acaba sendo diagramador.


Por trás de cada blog há pessoas trabalhando para fazê-lo existir, parando, pensando, elaborando, pesquisando, lendo, escrevendo, seja no texto, na fotografia, seja investindo numa faculdade, mestrado etc. Isso tudo tem um valor, não só de respeito, mas de tempo, de energia e de dinheiro consumido. Isso é a 'propriedade intelectual'.

Da mesma forma que dançamos coreografias criadas por outros artistas/profissionais, e o nome deles deve ser citado, mesmo que seja seu professor de dança, não importa, é um direito conquistado pelo trabalho duro para criar algo.

Por mais que você leia um lindo texto, inspirador, bem escrito e aquela idéia lhe agrade tanto que você queira reproduzir é preciso pedir permissão para o autor antes. Alguns vão pedir apenas que seja citado o nome dele, a fonte, onde você viu o texto (o original), outros podem querer uma compensação monetária, escritores não vivem de vento.

Todos os meus textos escritos, publicados neste blog, estão sob minha titularidade (Ana Maria Curcelli) registrado na agência da Fundação Biblioteca Nacional, por isso precisam ter meu aval para serem publicados em qualquer outro lugar. Geralmente eu não peço compensação monetária apenas que seja citada a fonte (de onde foi tirado), o texto não seja modificado e não seja publicado em meio comercial, onde há lucro.

Há plágios nestes blogs:
Ponta perfeita e Escrevendo com os pés

Não apoie quem copia! Ajudem a conscientizar pois está é uma luta de todos por uma rede responsável. Vamos começar 2011 com uma nova consciência, por favor ajude a divulgar esta idéia!

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Meus alunos, nas aulas e no palco em 2010.

Mais uma chance de mostrá-los, orgulho meu.

Workshop no SESC: Cadência Clássica
No início do ano fui convidada para dar aulas de Balé Clássico no SESC/SP, unidade Vila Mariana. Tive alunos de todas as idades (16 a 70), níveis de experiência, os mais diversos biotipos possíveis, facilidades e dificuldades, bastante enriquecedor e um desafio delicioso para o professor. Destaque para o espaço amplo da sala, diagonais sem fim, instalações excelentes. Como era um curso introdutório, de curta duração, foram só 3 meses de aulas, todos ficaram com aquele gostinho de quero mais. Fotos por Liss Silva.


Aulas abertas de Balé Clássico para Adultos: Interdanças
Julho é um mês sem férias nas escolas que dou aula, portanto tivemos uma semana dedicada à aulas abertas ao público. Foi interessante notar a carinha de surpresa de quem assistiu, ver como uma aula é estruturada, os exercícios, os nomes, o andamento, as exigências. Para os alunos foi uma chance de mostrar parte de sua intensa dedicação diária ali, e uma maneira de se preparar para uma exposição maior, para olhares de desconhecidos tão de perto, bem diferente do palco.


O espetáculo de final de ano: Dançando os Grandes Clássicos
Dia 1 de agosto começamos a ensaiar as coreografias. Escolhemos fazer uma adaptação do tradicional balé de natal 'O Quebra Nozes'. As 3 coreografias que fiquei encarregada de criar levaram em conta o nível técnico de cada turma, desenvolvido ao longo do ano. Foram 'Dança Espanhola/Chocolate', 'Bonecas' e 'Valsa das Flores', fotos abaixo.

Descontração total antes da passagem de palco (cadê o resto do pessoal?). Apesar de todas as dificuldades e cansaço desse dia, o mais importante é manter a energia em alta com calma, positividade e respeito.

Espanholas (Chocolate) na pose final.


Valsa das Flores


Todos os alunos do balé juntos com o Quebra-Nozes (Murilo) finalizando o espetáculo.


Se apresentar no final do ano é o fechamento de uma fase de vida, de aprendizado, de crescimento e por outro lado um desafio também, não só técnico como emocional. Vejo os alunos gastam em figurino, maquiagem, horas infinitas nos ensaios a fio, paciência, cansaço, todos temos que lidar com isso. Mas a sensação de construir algo pra si a partir disso tudo é muito maior, — força, segurança, ligações de amizade e um enorme reforço na auto estima, são conquistas sem preço.

Vejo a felicidade no brilho dos olhos de cada um, incansáveis ali, ouvindo, estudando, tentando fazer sempre seu melhor, se divertindo, aproveitando cada correção... Fora o meu prazer em fazer parte disso e lidar com essas pessoas diariamente. Bora, que em 2011 tem mais!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Cisne Negro e o inimigo íntimo de cada um.

Essas coisas da contemporaneiade... 1 dia após a estréia nos EUA o filme 'Black Swan' (Cisne Negro) já tinha centenas de diferentes fontes para se baixar, via torrents, e ainda por cima legendado. Depois de um amigo ter me presenteado assisti sozinha, em casa, a noite, relaxada, sem distrações, numa tela de 17 polegadas.

Se o impacto do filme já é grande assim, imagine a experiência de assistir no cinema, imagem gigante e som em alto e bom tom, inigualável. Assim que estreiar no Brasil, 4 de fevereiro, daqui exatamente 1 mês, com certeza precisarei rever novamente.


Há muito o que dizer sobre o filme. Dirigido por Darren Aronofsky, um dos meus diretores americanos preferidos da atualidade. Jovem, tem apenas 41 anos e já dirigiu muitos dos clássicos contemporâneos, 'Pi', 'Requiem por um Sonho' e 'O Lutador'.

A trilha sonora, assinada por Clint Mansell, que já trabalhou com o diretor em outros projetos, está perfeita e extremamente delicada. Ele criou variações em cima dos temas do balé já conhecidos, compostos por Tchaikovsky.

A coreografia é de Benjamin Millepied, um talento extremamente promissor. Para quem ainda não conhece seu trabalho é uma boa oportunidade de vê-lo, dançando inclusive, pois está no papel do bailarino/príncipe (Siegrified). E segundo as revistas de fofocas é o atual namorado de Natalie Portmann, atriz principal do filme, que está grávida de seu primeiro filho.


A história é um suspense psicológico de primeira, com toques aterrorizantes e às vezes bem surrealistas, dados pelos efeitos especiais. Dentro de situações vividas na narrativa a protagonista é colocada frente a frente com determinadas questões, e acaba por encarnar toda a tragédia que está prestes a viver no palco, como a personagem dúbia Odete/Odile, na história do balé 'O Lago dos Cisnes'.

Dentro das possíveis leituras que se pode fazer sobre o papel da personagem principal, Nina, há a luta do ego para sobreviver e suas facetas, o alter-ego, os sonhos frustrados, desejos, fantasias, auto-boicote, transtornos, obsessões e transcendência. Tudo isso acontece dentro de um cenário de uma cia. de balé em Nova Iorque, prestes a estreiar uma nova versão do balé 'O Lago dos Cisnes'.

Nada do universo do balé passou desapercebido nessa produção cuidadosa e belíssima. Está tudo lá, os anseios, as dores, a competitividade, o perfeccionismo, os jogos nos bastidores, a aula matinal, a repetição exaustiva, os ensaios, o requinte dos figurinos, a maquiagem, as sapatilhas, o perigo da anorexia, a figura do diretor artístico, do professor, do ensaiador, do coreógrafo e da mãe da bailarina.

Para os fãs de balé é puro deleite visual, a direção de arte e a fotografia são impecáveis. Note o uso das cores durante o desenrolar da história, que se dá com pouquíssimos tons, onde predominam o preto, branco e cinza, nas roupas, ambientes e objetos. Só Nina (Portmann) usa rosa, nas roupas e no seu quarto.

O diretor acerta a mão nos cortes secos das cenas, e é aí que está a arte, alterar a percepção de tempo do espectador. São 1 hora e 45 minutos de filme, que passam como se fossem apenas 30 minutos ou 15 dias. O tempo nunca foi tão rápido e tão lento para se contar tanta coisa, ou nem tanto, pois já bem sabemos seu desfecho.

Eletrizante, tanto que quase perdi uma noite de sono. Mais que recomendado, confira nos cinemas! Veja o trailler aqui.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Um teatro e muitas histórias, em fotografias.


Dois lançamentos de livros aqueceram o último mês de dezembro no Rio.
O primeiro deles "Movimentos," trás imagens do palco e das coxias do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, captadas por Adriana Lins e Henrque Pontual.
Em mais de 2 anos de trabalho a dupla tirou mais de 20 mil fotos, apenas 400 foram escolhidas para serem publicadas no livro (R$ 200,00).
O foco das imagens é mostrar as pessoas que fazem o Municipal do Rio, desvendar ao público os bastidores e dar rosto a todos os que se dedicam diariamente ali, não só bailarinos.
Algumas das mais belas imagens que aparecem no livro estão em duas versões de calendário de parede para 2011. A primeira no formato 30 x 30 cm (R$ 48,00) e outra versão luxuosa com 80 cm de altura (R$ 300,00).
O segundo, "Theatro Municipal do Rio de Janeiro 100 Anos" de Cristiano Mascaro, também com 400 fotos, é dedicado às instalações majestosas do prédio, desde sua construção (R$ 135,00).
Na Livraria Cultura de São Paulo é possível encontrar esses títulos ou encomendar pelo correio, caso você seja de outra cidade.