terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O Cisne Negro e o inimigo íntimo de cada um.

Essas coisas da contemporaneiade... 1 dia após a estréia nos EUA o filme 'Black Swan' (Cisne Negro) já tinha centenas de diferentes fontes para se baixar, via torrents, e ainda por cima legendado. Depois de um amigo ter me presenteado assisti sozinha, em casa, a noite, relaxada, sem distrações, numa tela de 17 polegadas.

Se o impacto do filme já é grande assim, imagine a experiência de assistir no cinema, imagem gigante e som em alto e bom tom, inigualável. Assim que estreiar no Brasil, 4 de fevereiro, daqui exatamente 1 mês, com certeza precisarei rever novamente.


Há muito o que dizer sobre o filme. Dirigido por Darren Aronofsky, um dos meus diretores americanos preferidos da atualidade. Jovem, tem apenas 41 anos e já dirigiu muitos dos clássicos contemporâneos, 'Pi', 'Requiem por um Sonho' e 'O Lutador'.

A trilha sonora, assinada por Clint Mansell, que já trabalhou com o diretor em outros projetos, está perfeita e extremamente delicada. Ele criou variações em cima dos temas do balé já conhecidos, compostos por Tchaikovsky.

A coreografia é de Benjamin Millepied, um talento extremamente promissor. Para quem ainda não conhece seu trabalho é uma boa oportunidade de vê-lo, dançando inclusive, pois está no papel do bailarino/príncipe (Siegrified). E segundo as revistas de fofocas é o atual namorado de Natalie Portmann, atriz principal do filme, que está grávida de seu primeiro filho.


A história é um suspense psicológico de primeira, com toques aterrorizantes e às vezes bem surrealistas, dados pelos efeitos especiais. Dentro de situações vividas na narrativa a protagonista é colocada frente a frente com determinadas questões, e acaba por encarnar toda a tragédia que está prestes a viver no palco, como a personagem dúbia Odete/Odile, na história do balé 'O Lago dos Cisnes'.

Dentro das possíveis leituras que se pode fazer sobre o papel da personagem principal, Nina, há a luta do ego para sobreviver e suas facetas, o alter-ego, os sonhos frustrados, desejos, fantasias, auto-boicote, transtornos, obsessões e transcendência. Tudo isso acontece dentro de um cenário de uma cia. de balé em Nova Iorque, prestes a estreiar uma nova versão do balé 'O Lago dos Cisnes'.

Nada do universo do balé passou desapercebido nessa produção cuidadosa e belíssima. Está tudo lá, os anseios, as dores, a competitividade, o perfeccionismo, os jogos nos bastidores, a aula matinal, a repetição exaustiva, os ensaios, o requinte dos figurinos, a maquiagem, as sapatilhas, o perigo da anorexia, a figura do diretor artístico, do professor, do ensaiador, do coreógrafo e da mãe da bailarina.

Para os fãs de balé é puro deleite visual, a direção de arte e a fotografia são impecáveis. Note o uso das cores durante o desenrolar da história, que se dá com pouquíssimos tons, onde predominam o preto, branco e cinza, nas roupas, ambientes e objetos. Só Nina (Portmann) usa rosa, nas roupas e no seu quarto.

O diretor acerta a mão nos cortes secos das cenas, e é aí que está a arte, alterar a percepção de tempo do espectador. São 1 hora e 45 minutos de filme, que passam como se fossem apenas 30 minutos ou 15 dias. O tempo nunca foi tão rápido e tão lento para se contar tanta coisa, ou nem tanto, pois já bem sabemos seu desfecho.

Eletrizante, tanto que quase perdi uma noite de sono. Mais que recomendado, confira nos cinemas! Veja o trailler aqui.

7 comentários:

  1. Aiiii, eu quero q esse filme chegue logo nos cinemas! To morrendo de curiosidade!
    Bjss:**

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  2. Aninha!
    Feliz 2011!! Mto ballet de novo este ano, heim!
    Adorei a apresentação de fim de ano... que roupa era aquela das bonecas? Quero uma daquelas para mim???? Achei linda e super delicada......
    Sério que já tem na rede? Eu quero... vou procurar hoje mesmo!! Estou louca esperando para ver o filme... vi o trailer várias vezes e postei até um pouco antes do nosso espetáculo.
    Estou meio fora de circulação para coments, porque to mexendo no blog... estou transferindo ele para o wordpress e sofrendo como uma condenada! kkkkk! Volto só dia 10, junto com o ballet!
    Beijos
    lelê

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  3. Lê! Feliz 2011 pra vc tb!!!]
    Tb achei! acredita q não tenho fotos delas ainda?
    Mande o end. do novo blog p/ eu linkar aqui.
    Super bjo!

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  4. Eu já assisti, lá estava eu na primeira sessão do cinema. Só então eu fui ler as críticas, primeiro dos críticos que respeito, agora dos blogs que já tinham comentado... Você disse que eu ia amar, e amei mesmo. Não foi arrebatador, mas o filme me deixou tão atordoada que mal dá para explicar. E eu me abri de chorar antes mesmo de terminar, hehehe. Depois farei um post sobre mil coisas que quero falar, mas preciso ver de novo, com olhos menos ansiosos. E quer saber? Achei a Natalie Portman muito "digna" como bailarina. Com um ano nas costas de trabalho intenso, ela foi MUITO bem.

    Grande beijo.

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  5. Cá querida, eu achei um filme muito mais psicológico do que de balé, e ótimo.
    Nada supera a tela grande do cinema e as possibilidade de reações/sensações que temos quando ouvimos a trilha sonora e seus pequenos detalhes bem cuidados, a câmera percorrendo as rupturas da pele, as penas nascendo, isso se perde totalmente quando assistimos no laptop. Recomendo o cinema claro!
    Quanto a Natalie eu gostei tb, concordo e simpatizo muito com ela, mas detalhe: vc viu a lista dos dublês de corpo que usaram pra ela? abafa!

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  6. Ah, Ana, mas tinha de usar dublê de corpo mesmo... Nunca que ela faria fouettés com apenas um ano de ballet nas costas. Não acho demérito. Porém, 90% das cenas de ballet foram feitas por ela. Por isso a respeito muitíssimo!

    Grande beijo.

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  7. Sim, claro, ela é atriz e não bailarina, seria insensato querer outra coisa. Achei a lista de dublês o máximo! Não me lembro onde li uma entrevista com ela e ela mencionou que já fazia balé desde os 6 anos (começou naquelas aulas de sábado p/ crianças), porém nunca fora sua escolha profissional, esse último ano foi um intensivo pro filme. Smack! ;o)

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