quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Eu gosto. [2]

Um espetáculo de dança contemporânea pode ser adaptado e virar um longa metragem? O coreógrafo e diretor artístico Édouard Locke responde sim, com a adaptação de 'Amelia' para o vídeo em 2002.

Vindos de Montreal no Canadá ele e sua cia., a La La La Human Steps, encarnam o máximo de atletismo-lírico, ás vezes um pouco robótico, para falar sobre as questões de gênero, relações de poder, mas principalmente sobre solidão e o vazio existencial dos dias de hoje. Para isso usa as formas do balé clássico (pontas e pas-de-deux), a repetição, a velocidade e um trabalho técnico altamente refinado.

Vertigem
Provocativo ao máximo 'Amelia', é filmado em gigantescos espaços construídos em madeira, que ecoam ao andar, ao respirar e nas pausas fortemente construídas, quase evoca o infinito. Destaque para a ação da câmera em cena —, quando aborda a repetição e o tempo, trazendo novidades para o olhar a cada movimento, a cada novo ponto de vista.



Se eu pudesse concentrar minha impressão em uma frase seria 'onde estamos?'. Assisti com o coração na mão seus 138 minutos de duração. Foi em 2005 num cineclube onde os espectadores deixavam ao poucos a platéia, no fim sobrou apenas eu e minha amiga. Para quem não gosta de dança ver apenas 6 minutos desse filme já bastam, mas, para quem gosta o assunto nunca se esgota. E eu não canso.

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