Bom, eu pude escolher entre ser realista com minha condição no momento e criar alguma coisa positiva a partir disso, ou eu pirava e não me apresentaria.
A idéia que eu queria deixar aqui, contando tudo isso, é que, se você tiver uma lesão, qualquer tipo, entorse do tornozelo, tendinite, distensão muscular, dor severa, quebra de qualquer parte do corpo ou sofrer uma queda, você vai precisar:
1- Procurar um profissional especializado. Um médico ortopedista ou do esporte, se for algo extremo ou urgente vá direto ao pronto socorro. (e siga todas as recomendações dadas)
2- Ficar calmo.
3- Parar de dançar temporariamente. Isso mesmo! Saiba que você vai voltar à ativa, porém está se dedicando para se recuperar, e isso não é perder tempo.
Lesões não são dores musculares, como aquelas do dia seguinte, são dores que ficam com a gente quando estamos parados ou enquanto fazemos algum tipo de movimento, inclusive durante a atividade física, — em muitos casos a atividade que mais amamos também pode contribuir para isso.
Terminando minha história foi assim que eu criei o solo 'O que é possível fazer sem os pés', um trabalho coreográfico-performático misturado com improvisação e música de J. S. Bach. A idéia parece limitadora, mas é exatamente o contrário, usar com liberdade o máximo de possibilidades da parte superior do corpo, braços, mãos, cintura escapular, pescoço, cabeça... Notem na foto que não é cenário, eu escolhi estar no meio de um jardim, sobre a terra, isso fazia parte da idéia toda.
Essa é a outra idéia, de que não existe apenas um tipo de dança, um tipo de expressão única, a criatividade é infinita e o uso do nosso corpo também é. Não há limitações para a alma humana se expressar, e se houver não existiria a arte. Reiventar é a idéia principal.
Se um dia não for possível calçar sapatilhas de ponta, não calce. Paciência, o mundo não vai acabar! Isso não é motivo para insistir e se machucar mais ainda. O que é preferível: se arriscar dançando com dor, dançar de forma alternativa ou ficar na platéia assistindo? Nós sempre temos escolha, pense. E lembre de levar em conta o caminho da criatividade. O nosso ideal estético deveria ser mais flexível, e ousado.
(continua...)
foi lindo Ana!
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