Dia Internacional da Mulher: 8/março

Pensando um pouco dos gêneros na dança, estética e do mito da igualdade, quis levantar algumas questões, sem querer criticar, porque eu gosto e respeito a história da dança.
Mas na data de hoje lembro daquela que já foi considerada até a década de 80 como o 'sexo frágil', e o 'negro do mundo' nas palavras de John Lennon.
A mulher teve sua ascensão artística nos palcos dos ballets românticos a partir de 1800, onde por lá ficou e praticamente reina até hoje.

No ballet além de ser o personagem principal, a mulher é também o assunto central – são fadas, deusas, heroínas, bonecas, seres mágicos, noivas, amantes e camponesas, que se aventuram, crescem, casam, amam, são traídas, sofrem e por vezes morrem – independente da ideologia carregadas nessas histórias, nas obras de repertório do ballet romântico as estrelas principais são elas.

Para pensar: a mulher é o personagem principal mas é o homem (forte) que sempre a sustenta.

Carregada e reverenciada nos palcos, é incrível como o ballet e o universo femininos se casam nas narrativas e em boa parte da estética também –, daí vemos a grande quantidade de mulheres que procuram o ballet, em qualqueridade, claro sem menosprezar a indispensável presença masculina.

Nas obras românticas: são tantas mulheres, praticamente um pelotão.

Essa participação feminina é tão massiva que, até na sátira, só dá elas. O grupo 'Les Ballets Trocaderos de Monte Carlo', formado em 1974, exclusivamente por homens (veja foto abaixo) usa e abusa da figura feminina para criticar, com muito humor, dessa presença esmagadora da mulher. São bailarinos comediantes, que em seus espetáculos pelo mundo afora ironizam a tradição do ballet e seus personagens em cenas de ballets de repertório bastante conhecidos.

Montados: para 'O Lago do Cisne' com suas sapatilhas de ponta nº 44.

Nota: após o fechamento desse artigo, soube que a Cia. virá este ano ao Brasil, para apresentações no Teatro Bradesco com suas remontagens dos clássicos do ballet (de 26 a 28 de agosto).